quinta-feira, 2 de agosto de 2012


Como usar os gêneros nas aulas de Língua Portuguesa
  Todo dia, você acorda de manhã e pega o jornal ou revista para saber das últimas novidades enquanto toma café. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que recebeu folhetos de propaganda e (surpresa!) uma carta de um amigo que está morando em outro país. Depois, vai até a escola e separa livros para planejar uma atividade com seus alunos. No fim do dia, de volta a casa, pega uma coletânea de poemas na estante e lê alguns antes de dormir. Não é de hoje que nossa relação com os textos escritos é assim: eles têm formato próprio, suporte específico, possíveis propósitos de leitura - em outras palavras, têm o que os especialistas chamam de "características sociocomunicativas", definidas pelo conteúdo, a função, o estilo e a composição do material a ser lido. E é essa soma de características que define os diferentes gêneros. Ou seja, se é um texto com função comunicativa, tem um gênero. Na última década, a grande mudança nas aulas de Língua Portuguesa foi a "chegada" dos gêneros à escola. Essa mudança é uma novidade a ser comemorada. Porém muitos especialistas e formadores de professores destacam que há uma pequena confusão na forma de trabalhar. Explorar apenas as características de cada gênero (carta tem cabeçalho, data, saudação inicial, despedida etc.) não faz com que ninguém aprenda a, efetivamente, escrever uma carta. Falta discutir por que e para quem escrever a mensagem, certo? Afinal, quem vai se dar ao trabalho de escrever para guardá-la? Essa é a diferença entre tratar os gêneros como conteúdos em si e ensiná-los no interior das práticas de leitura e escrita.
Essa postura equivocada tem raízes claras: é uma infeliz reedição do jeito de ensinar Língua Portuguesa que predominou durante a maior parte do século passado. A regra era falar sobre o idioma e memorizar definições: "Adjetivo: palavra que modifica o substantivo, indicando qualidade, caráter, modo de ser ou estado. Sujeito: termo da oração a respeito do qual se enuncia algo". E assim por diante, numa lista quilométrica. Pode até parecer mais fácil e econômico trabalhar apenas com os aspectos estruturais da língua, mas é garantido: a turma não vai aprender. "O que importa é fazer a garotada transitar entre as diferentes estruturas e funções dos textos como leitores e escritores", explica a linguista Beth Marcuschi, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
É por isso que não faz sentido pedir para os estudantes escreverem só para você ler (e avaliar). Quando alguém escreve uma carta, é porque outra pessoa vai recebê-la. Quando alguém redige uma notícia, é porque muitos vão lê-la. Quando alguém produz um conto, uma crônica ou um romance, é porque espera emocionar, provocar ou simplesmente entreter diversos leitores. E isso é perfeitamente possível de fazer na escola: a carta pode ser enviada para amigos, parentes ou colegas de outras turmas; a notícia pode ser divulgada num jornal distribuído internamente ou transformado em mural; o texto literário pode dar origem a um livro, produzido de forma coletiva pela moçada.
  Os especialistas dizem que os gêneros são, na verdade, uma "condição didática para trabalhar com os comportamentos leitores e escritores". A sutileza - importantíssima - é que eles devem estar a serviço dos verdadeiros Conteúdos os chamados "comportamentos leitores e escritores" (ler para estudar, encontrar uma informação específica, tomar notas, organizar entrevistas, elaborar resumos, sublinhar as informações mais relevantes, comparar dados entre textos e, claro, enfrentar o desafio de escrevê-los). "Cabe ao professor possibilitar que os alunos pratiquem esses comportamentos, utilizando textos de diferentes gêneros", afirma Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
trabalhar textos nas escolas
  Muito se tem discutido a respeito de como trabalhar textos nas escolas por esta não ser uma tarefa fácil. Encontra-se nas salas de aulas uma forte resistência, da parte dos alunos, em relação à leitura e a produção de texto. Para muitos estudantes, a ação de expressar suas idéias oralmente é considerada algo totalmente natural, no entanto, o ato de reproduzir essas idéias em forma de texto representa um trabalho árduo e penoso.
   Nota-se que na escola, a diferença entre tipos e gêneros textuais ainda não está clara  nem para os alunos nem para os professores. Para definir esse aspecto teórico e terminológico, Marcuschi (2002:22) apresenta uma breve definição das duas noções:
  Tipos Textuais
  1. Pensamentos teóricos definidos por propriedades lingüísticas Intrínsecas(próprio,)
  2. constituem seqüências lingüísticas ou seqüências de enunciados no interior dos gêneros e não são textos empíricos;(observação)
  3. sua nomeação abrange um conjunto limitado de categorias teóricas
  determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal;
  4. designações teóricas dos tipos: narração, argumentação, descrição,injunção e exposição;
  Gêneros Textuais
  1. realizações lingüísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas;
  2. constituem textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas;
  3. sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas  determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição efunção;
  4. exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, aula expositiva, romance,reunião de condomínio, lista de compras, conversaespontânea, cardápio, receita culinária, inquérito policial etc.


Um ponto muito importante que Marcuschi (2002:25) destaca é que “em todos
os gêneros também se está realizando tipos textuais, podendo ocorrer que o mesmo
gênero realize dois ou mais tipos. Assim, um texto é em geral tipologicamente
variado (heterogêneo)”.
quando se nomeia um certo texto como
“narrativo”, “descritivo” ou “argumentativo”, não está nomeando o gênero e sim o
predomínio de um tipo de seqüência de base.
  Os gêneros e o ensino
Trabalhar os gêneros textuais em sala de aula é uma excelente oportunidade de se lidar com a língua nos seus mais diversos usos do cotidiano.
DESCRIÇÃO ou descritivo
Elaboração de um texto em que os alunos deveriam descrever a rotina de um profissional da preferência deles, sem mencionar a profissão. Em seguida, eles teriam que trocar os seus textos com os colegas da classe para que estes descobrissem qual seria a profissão da personagem do texto.
  Os Gêneros Textuais são tipos específicos de textos, podendo ser literários ou não. São textos que usamos em nosso dia-a-dia, isso faz com eles exerçam uma função social, pois são uma das várias formas de organização de nossa linguagem. Levando em conta que tanto oralmente como na escrita, são textos que auxiliam na comunicação. São reconhecidos através de suas estruturas, por possuírem conteúdos, características e estilo próprios. Alguns exemplos de Gêneros Textuais são: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instru­ções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por compu­tador, aulas virtuais e assim por diante.
Já os Tipos Textuais não são tão inúmeros como os gêneros, são reconhecidos pela forma como se apresentam os textos. Tipologia Textual é como se designam a natureza lingüística dos textos. Como se dá sua estrutura, seus aspectos sintáticos, seus tempos verbais, ALGUMAS tipologias são: narração, descrição, dissertação, explicação e injutivo.
NARRATIVARomance: é uma narrativa longa, geralmente dividida em capítulos, possui personagens variadas em torno das quais acontece a história principal e também histórias paralelas a essa, pode apresentar espaço e tempo variados.
• Novela: é um módulo mais compilado do romance e também mais dinâmico, é dividida em episódios, são contínuos e não têm interrupções.
• Conto: é uma narrativa curta que gira em torno de um só conflito, com poucos personagens.
• Crônica: é uma narrativa breve que tem por objetivo comentar algo do cotidiano; é um relato pessoal do autor sobre determinado fato do dia a dia.
INJUNTIVO
  Texto Injuntivo: qualquer texto que tenha a finalidade de instruir o leitor (interlocutor). Por esse motivo, sua estrutura se caracteriza por verbos no imperativo: ordenando ou sugerindo.

a) Injuntivo-instrucional: quando a orientação não é coercitiva, não estabelece claramente uma ordem, mas uma sugestão, um conselho.
Exemplos:
a) o texto que predomina num livro de autoajuda;
b) o manual de instruções de um eletroeletrônico;
c) o manual de instruções ( programação ) - dirigido a determinados funcionários de uma empresa – sobre metas, funções etc.;
d) uma ingênua receita de bolo escrita pela avó...

b) Injuntivo-prescritivo: a orientação é uma imposição, uma ordem baseada em condições sine qua non.
Exemplos:
a) a receita de um médico (a um paciente) transmitida à enfermeira responsável;
b) os artigos da Constituição ou do Código de Processo Penal;
c) a norma culta da Língua Portuguesa;
d) manuais de guerrilha;
d) as cláusulas de um contrato;
e) o edital de um concurso público...
ARGUMENTATIVO
  GÊNEROS ARGUMENTATIVOS:ARTIGO X EDITORIAL
  •JORNAIS, REVISTAS, PORTAIS DE INTERNET : SUPORTES DE CIRCULAÇÃO DE TEXTOS JORNALÍSTICOS
  ALGUNS EXEMPLOS DE TEXTOS JORNALÍSTICOS:
NOTÍCIA; COLUNA; REPORTAGEM; ANÚNCIO; EDITORIAL; ARTIGO DE OPINIÃO; RESENHA

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