quarta-feira, 10 de abril de 2013

Gravidade de Marte é simulada para testar 'efeito da castanha do Brasil'

Do G1, em São Paulo

'Efeito da castanha do Brasil' sugere que em um recipiente com diferentes tipos de castanhas, as maiores vão se mover para a superfície em uma sacudida (Foto: Melchoir/Wikicommons)O chamado 'efeito da castanha do Brasil' consiste no fato de que, em um recipiente sacudido com objetos de diferentes tamanhos, os maiores vão se mover para a superfície (Foto: Melchoir/Wikicommons)
Pesquisadores alemães e japoneses fizeram testes para avaliar como objetos se movem dentro de um recipiente após ele ser sacudido, simulando a gravidade da Terra, da Lua e de Marte, em um fenômeno conhecido como o "efeito da castanha do Brasil".
A ideia geral do fenômeno curioso é que diferentes corpos ou partículas em um recipiente, como castanhas de vários tipos, mudam de lugar após uma boa sacudida. Objetos maiores (como as castanhas do Pará, também conhecidas como castanhas do Brasil) tendem a ir para a superfície do recipiente, enquanto os menores  vão para o fundo, de acordo com os cientistas.
O estudo foi realizado pela Universidade de Tecnologia de Braunschweig, na Alemanha, e a Universidade de Kobe, no Japão. O fenômeno é importante, na avaliação dos cientistas, para entender a composição de pequenos asteroides e outros corpos celestes.
O "efeito da castanha do Brasil" é responsável pela forma como partículas ficam dispostas na superfície de alguns asteroides, que pode ficar "granulada", apontam os pesquisadores. O nome pelo qual o fenômeno é conhecido na comunidade científica é "convecção granular", segundo o estudo, divulgado pela Universidade de Cornell, nos EUA.
Voos de avião
Para simular a força da gravidade em Marte e na Lua, que é reduzida, os cientistas fizeram experimentos durante voos de avião. Não foram utilizadas castanhas, mas sim pequenas esferas de vidro de tamanhos diferentes - um pequeno número de esferas verdes de oito milímetros, maiores, colocadas no fundo de um recipiente, e centenas de outras com um mílimetro de tamanho, de vidro transparente.
Montado em uma centrífuga e equipado com uma câmera, o recipiente foi agitado durante o voo e foi possível notar as esferas verdes se movendo lentamente rumo à superfície. Os cientistas demonstraram com isso que uma gravidade menor, como em Marte e na Lua, faz as esferas moverem-se devagar, e uma gravidade maior, como a da Terra, faz os objetos "caminharem" numa velocidade maior.
O efeito é tratado pelos cientistas como complexo, já que depende de uma série de parâmetros, como a forma e o tamanho do recipiente e frequência da sacudida. Um entendimento maior do fenômeno pode ajudar a compreender melhor a formação da superfície lunar e marciana, sugere o estudo.

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