Ler para melhor escrever – Seqüência didática:
Reescrita de contos de fadas
Introdução
Os contos de fadas são textos que, por seu conteúdo mágico, fascinam crianças e adultos ao longo dos tempos. Em geral, são histórias de autoria desconhecida, que fazem parte da cultura oral de um povo e que se perpetuaram, como todos os textos da tradição oral, pela passagem de geração a geração.
Não apenas a autoria é incerta, mas também a data de sua criação: o tempo de um conto de fadas é de, como nos dizem as histórias, “há muito tempo atrás”, num passado muito distante…
A sobrevivência deles até nossos dias deve-se a pesquisadores, que, cada um em sua época e em seu país, fizeram um verdadeiro trabalho de garimpagem dessas histórias, viajando em busca dos contadores e contadoras que guardaram em suas memórias esse repertório maravilhoso. Assim, temos as obras dos irmãos Grimm na Alemanha, Charles Perrault na França, Italo Calvino na Itália e Luís da Câmara Cascudo no Brasil. E há outras até mais antigas, como As mil
e uma noites, que reúnem contos árabes. Essas obras são responsáveis pela permanência até nossos dias de histórias que falam do povo, de sua história, de seus costumes, num universo em que o fantástico e o maravilhoso convivem com o cotidiano.
O interessante, ao estudar tais obras, é reconhecer contos semelhantes presentes em diferentes culturas, indicando que, ao viajar e entrar em contato com distintos povos, o ser humano não apenas trocou riquezas materiais ou aprendeu a dominar técnicas: também se apropriou de novas histórias, num intercâmbio de imaginários. Para os alunos, ler ou ouvir esses textos permite que conheçam outros povos, ou se reconheçam no imaginário deles e, desse modo, ampliem seu domínio sobre as formas de pensar, sentir e descrever o mundo.
Não são poucos os autores que explicam o valor que as histórias têm para nós, de tal forma que são conhecidas como “remédios para a alma”. E, para as crianças, a luta entre o bem e o mal, a virtude e a vileza, temas principais dessas histórias, ajudam a organizar um mundo psíquico em que diferentes e intensas emoções convivem. Os contos, nesse sentido, ajudam a criança a lidar com impulsos contraditórios, presentes em seu psiquismo.
Acrescido a esse valor cultural e formativo para o indivíduo, é importante apontar outro, profundamente relacionado ao nosso trabalho: ler contos de fadas talvez seja a forma mais segura de introduzir os alunos no universo literário.
Fascinadas pela temática desses textos, as crianças enfrentam desafios para compreendê-los, pois a linguagem nem sempre é simples. Com isso, ampliam seu universo lingüístico e seu vocabulário, conhecem estruturas diferentes de construção das frases e experimentam novas formas da linguagem, como o uso de metáforas ou outras figuras de retórica.
Apresentamos
aqui uma seqüência didática na qual os alunos acompanharão a leitura
feita por você, analisarão alguns efeitos da linguagem utilizada e serão
desafiados a escrever um conto. Ao fazer a reescrita de uma história
conhecida, terão oportunidade de pôr em jogo os conhecimentos que
construíram a partir da leitura, preocupando-se em utilizar a linguagem mais adequada.
É preciso lembrar que a condição didática para que os alunos sejam capazes de realizar essa proposta é a participação em muitas situações de leitura de contos, mesmo que seja como ouvintes (ao acompanhar a leitura de outra pessoa). Além disso, lembre-se de que no Volume 2 desenvolvemos uma seqüência didática de produção oral desse gênero, e muito do que eles aprenderam naquele momento será mobilizado agora, ou seja, esta seqüência é praticamente
uma continuação daquela.
Aqui os alunos revisitarão também uma atividade já realizada no Volume 2: a produção oral com destino escrito de um conto. Será uma situação privilegiada para que troquem informações sobre a melhor linguagem a ser utilizada e compartilhem conhecimentos sobre a linguagem escrita, para poder utilizálos quando forem assumir a responsabilidade pela produção. A produção final
(reescrita de um conto) será realizada em duplas e incluirá os alunos que não escrevem alfabeticamente. Sugerimos que você adote agora outro critério para formar as duplas, reunindo os que já escrevem convencionalmente com outros que ainda não o fazem. Ambos deverão discutir a organização do texto e a forma de elaborá-lo, utilizando diferentes recursos discursivos. O aluno que escreve alfabeticamente será escriba, ou seja, terá a tarefa de transformar em escrita o texto elaborado por ambos.
É preciso lembrar que a condição didática para que os alunos sejam capazes de realizar essa proposta é a participação em muitas situações de leitura de contos, mesmo que seja como ouvintes (ao acompanhar a leitura de outra pessoa). Além disso, lembre-se de que no Volume 2 desenvolvemos uma seqüência didática de produção oral desse gênero, e muito do que eles aprenderam naquele momento será mobilizado agora, ou seja, esta seqüência é praticamente
uma continuação daquela.
Aqui os alunos revisitarão também uma atividade já realizada no Volume 2: a produção oral com destino escrito de um conto. Será uma situação privilegiada para que troquem informações sobre a melhor linguagem a ser utilizada e compartilhem conhecimentos sobre a linguagem escrita, para poder utilizálos quando forem assumir a responsabilidade pela produção. A produção final
(reescrita de um conto) será realizada em duplas e incluirá os alunos que não escrevem alfabeticamente. Sugerimos que você adote agora outro critério para formar as duplas, reunindo os que já escrevem convencionalmente com outros que ainda não o fazem. Ambos deverão discutir a organização do texto e a forma de elaborá-lo, utilizando diferentes recursos discursivos. O aluno que escreve alfabeticamente será escriba, ou seja, terá a tarefa de transformar em escrita o texto elaborado por ambos.
O que se espera que os alunos aprendam
* A ampliar seus conhecimentos sobre a linguagem e os recursos discursivos presentes nos contos de fadas.
* A reapresentar uma história conhecida, considerando não apenas seu conteúdo, mas também a forma de contá-la.
* Alguns comportamentos de escritor, como:
• Planejar um texto e escrevê-lo.
• Preocupar-se em reapresentar o conteúdo da história.
• Preocupar-se em utilizar recursos discursivos para tornar a história mais interessante e a linguagem mais literária.
* A ampliar seus conhecimentos sobre a escrita, avançando em suas hipóteses (embora a seqüência não tenha como eixo o sistema de escrita, inclui situações que oferecem desafios nesse sentido).
Conteúdos
* A linguagem dos contos de fadas.
* Planejamento e produção escrita.
* Recursos discursivos dos contos de fadas.
* Interação em duplas.
Etapas da seqüência didática de reescrita de contos de fadasTodas
as atividades previstas têm como objetivo ampliar os conhecimentos dos
alunos sobre a linguagem dos contos e dar-lhes instrumentos para que
possam escrever esse gênero de texto. Considerando que as crianças já
conhecem a história, pois se trata de uma reescrita, e que podem se
apoiar no texto-fonte, a atividade que finaliza a seqüência é um
importante procedimento didático para que aprendam a produzir
narrativas. As etapas que constituem a seqüência são:
1. Leitura de duas versões do mesmo conto de fadas.
2. Análise comparativa do início das duas versões.
3. Produção oral com destino escrito de uma terceira versão (a dos alunos).
2. Análise comparativa do início das duas versões.
3. Produção oral com destino escrito de uma terceira versão (a dos alunos).
4. Leitura de outro conto de fadas.
5. Comparação de duas versões do início de um conto de fadas.
6. Leitura de um novo conto de fadas e reescrita.
5. Comparação de duas versões do início de um conto de fadas.
6. Leitura de um novo conto de fadas e reescrita.
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