Antonio Gil Neto
Quase a floresta,
Estrada.
O encontro, reencontro:
Alvorada.
Eis a Primavera!
De espera, chega lampeira
Festiva,
Íntima, ligeira.
Abertas as janelas,
No azul do céu, nas paredes,
Sentinela,
Se espelha.
Do Sol, a arandela,
Estrada.
O encontro, reencontro:
Alvorada.
Eis a Primavera!
De espera, chega lampeira
Festiva,
Íntima, ligeira.
Abertas as janelas,
No azul do céu, nas paredes,
Sentinela,
Se espelha.
Do Sol, a arandela,
Eis a Primavera!
De todas, primeira,
Com sua florada amarela,
Plena.
Nem quisera perdê-la!
Ah! Essa Primavera!
Impera faceira.
Ei-la,
Amarela.
Acolho-a nos olhos,
No susto, inteira,
Quisera
nunca perdê-la.
Enfim, essa Primavera!
Em chuva de seda
E leve, leve vento,
de luzes se enleva.
No muro, vestida de hera,
Eis a doce Primavera!
Manacás, lilazes matizes,
Os ipês e o jasmim,
Colibris borboleteiam,
Rodopiam,
Floreiam,
O que impera no jardim.
Borboletinhas míudas,
felizes,
Beijam cores.
Bailam petálas.
Ah, Primavera, viva sempre, sempre em mim!
Traz a Beleza
Que gera
A valsa do tempo, a espera,
Mais o encanto.
De espuma e de canto,
Quimera.
Ah, a eterna Primavera!
Primavera!
Primavera!
Seus pássaros, seus cantos,
Sua atmosfera.
Se tinge em mantos,
Delicada aquarela.
Quem me dera,
Viver de ciclos, da espuma,
Da alma dos dias,
Dessa sempre Primavera!
No final dessa rua,
Floresta quase,
Lamento.
Respiro as promessas,
E as cantigas ao vento.
Ah, Primavera!
De espera chegou lampeira.
Vai-se agora,
Íntima, ligeira.
Fica a espera
Nos olhos, janelas.
No azul, no céu,
Sentinela.
Nas nuvens espelhos
das vividas Primaveras.
Ah, essa Primavera!
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