G1 conversou com médicos a respeito da evolução do quadro do cantor.
Pedro sofreu um acidente de carro em 20 de abril próximo ao município de Tupaciguara, em Minas Gerais, quando voltava de um show. Ele foi inicialmente levado ao Hospital Municipal de Itumbiara, em Goiás, onde passou por cirurgia para conter hemorragia abdominal, e foi transferido no mesmo dia para Goiânia. Depois, foi de avião ao hospital em São Paulo.
“Se o paciente voltar à consciência, significa que o coma induzido teve sucesso e o quadro do paciente não era grave. Mas se ele continua em coma, o caso se reverte a um coma clínico, considerado mais grave”, explica o neurologista Ademir Baptista Silva, chefe da disciplina de neurologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, que não faz parte da equipe que trata Pedro Leonardo.
Segundo o último boletim médico, divulgado neste domingo (13), Pedro foi submetido a uma cirurgia de emergência para fazer uma ressutura da parede do abdome (quando se refaz pontos abertos na região).
“A cirurgia foi bem sucedida, sem nenhuma intercorrência. O estado de saúde dele continua estável, ainda em coma, aguardamos que ele acorde”, afirmou Ede Cury, assessora do cantor Leonardo, pai de Pedro. Segundo ela, Leonardo continua indo vê-lo todos os dias.
Apesar da cirurgia, os médicos afirmam que o quadro clínico de Pedro "está estável, com evolução favorável da função neurológica".
De acordo o médico Roberto Kalil Filho, que coordena a equipe que cuida do cantor, a recuperação de Pedro pode demorar meses, sendo necessário esperar que ele "responda".
Tipos de coma
O coma é um estado de inconsciência que tem vários graus de resposta e pode acontecer por diferentes razões, como uma pancada na cabeça, uma inflamação, abuso de remédios e mesmo como consequência de um infarto ou derrame, explica Silva.
O paciente fica em coma induzido justamente para preservar o cérebro das alterações que estão acontecendo em seu organismo por causa das lesões adquiridas no acidente. Como o metabolismo fica mais lento, o paciente consegue resistir aos vários problemas por mais tempo, principalmente se manter o cérebro “quietinho”, explica Ademir Silva.
Já o coma clínico é uma resposta do próprio corpo a algum trauma ocorrido no cérebro. A pessoa pode ficar inconsciente mesmo se sofrer uma lesão mínima na região.
A consciência é quando o cérebro consegue reconhecer e se relacionar com pessoas, mas mesmo inconsciente pode ter reflexos, como a um estimulo doloroso, abrir o olho, mas não consegue manter contato”, diz Silva. Por isso, os reflexos mostrados por Pedro não significam que ele esteja consciente.
Implicações
O paciente em coma tende a ficar muito tempo deitado na cama de hospital, o que pode ainda causar outros problemas de saúde, como trombose ou atrofia nas pernas. O uso de meias especiais atreladas a um equipamento que aquece os pés do paciente, junto ao uso de remédios anticoagulantes e outros tipos de cuidados realizados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) evitam que isso aconteça.
Camila Neumam
Do G1, em São Paulo
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