quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A Caatinga nordestina é rica




A afirmativa é o resultado de um estudo desenvolvido por uma equipe de 35 pesquisadores publicada no livro Ecologia e Conservação da Caatinga. “O estudo e a conservação da diversidade biológica da Caatinga é um dos maiores desafios da ciência brasileira”, explica Marcelo Tabarelli, professor de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e diretor do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN). “Há vários motivos para isso. A Caatinga é o bioma menos estudado do Brasil, com grande parte do esforço científico concentrado em alguns poucos pontos em torno dos principais pólos urbanos. Também é a região menos protegida, com apenas 2% do seu território coberto por unidades de conservação. Há séculos acompanhamos seu extenso processo de alteração e deterioração ambiental, provocado pelo uso insustentável de seus recursos naturais. Tudo isso leva à rápida perda de espécies únicas, à eliminação de processos ecológicos-chave e à formação de extensos núcleos de desertificação em vários setores da região”.
A Caatinga estende-se por 800.000 km2 do nordeste brasileiro, incluindo os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, a ilha de Fernando de Noronha, a maior parte da Paraíba e Pernambuco, o sudeste do Piauí, o oeste de Alagoas e Sergipe, a região norte e central da Bahia, e uma faixa que passa por Minas Gerais seguindo o rio São Francisco juntamente com um enclave no vale seco do rio Jequitinhonha. Quase 30 milhões de pessoas vivem e dependem da biodiversidade dessa “floresta branca” (tradução do termo Caatinga - em Tupi-guarani), que caracteriza bem o aspecto da vegetação na estação seca, quando as folhas caem e apenas os troncos brancos e brilhosos das árvores e arbustos permanecem na paisagem.

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