Crianças que usam tecnologia na escola tendem a fazer a autogestão do que aprendem e a compartilhar seu conhecimento com outras crianças, o que estimula a autonomia. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada por Sugata Mitra, professor de tecnologia educacional do Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT, nos Estados Unidos.
O estudo foi apresentado durante o evento de tecnologia Campus Party, que aconteceu em São Paulo (SP), entre 6 e 12 de fevereiro. Na ocasião, Sugata Mitra deu uma aula sobre as competências do saber, a importância do reconhecimento emocional na aprendizagem e as possíveis aplicações da informática na escola.
Suas considerações vêm de um projeto, iniciado em 1999, que se propunha a observar como crianças estudantes do ensino público de uma comunidade pobre de Nova Délhi, na Índia – país de origem de Mitra –, se comportavam diante de um computador de acesso livre, instalado em um buraco feito em uma parede.
Mitra observou que a presença da máquina e a possibilidade de usá-la fez com que as crianças ampliassem sua autonomia na busca por novos conhecimentos e ajudassem umas às outras nesse processo de pesquisa de informações. “Quando uma criança aprende, ela ensina a mais nova. Juntas, elas aprendem mais coisas”, disse Mitra.
Os indicadores do estudo, que medem o quão proveitoso é o processo de aprendizagem das crianças, passaram de 30% para 50%. “Se funciona em Nova Délhi, onde as crianças crescem em meio a muitas precariedades, funciona em qualquer lugar”, considerou o pesquisador. De fato, ele obteve resultados semelhantes ao repetir a prática na China, no Uruguai, no Chile, na Inglaterra e nos Estados Unidos.
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